quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Sobre Pelotas e a violência com seus filhos!


Eu sei que tive o melhor de Pelotas: gente interessante e amiga, generosa.Altos papos e celebrações...Respeito ao debate,alegria de estar junto.Quando descobri a aridez espiritual do mundo fora daqui e a dureza de estar diferente em um jogo social entre jogadores sem vínculos pensei em voltar para o ninho e pretender a felicidade possível. E Pelotas se fez Mãe novamente: me acolheu nos estudos de Filosofia festejando a minha volta ao mundo dos vivos enquanto os outros lugares celebraram menos um jogador. Mas, nem tudo é perfeito, e nem só de amor vive esta cidade de gente tão instruída e interessante. Minha diferença é física,meu salário de aposentada é concretude determinante dos meus acessos e as (i) responsabilidades do estado aqui não são diferentes dos outros lugares menos significantes para mim. Os serviços de transportes são pífeos e não absorvem um vínculo como necessito para assistir aulas, os tratos são pouco ou nada profissionais, os preços não tem qualquer diferencial para o usuário constante e a infraestrutura da cidade é cruel no bairro em que posso morar a ponto de ser mais saudável e compatível com minha condição de esforços morar em outro município e frequentar a UFPel utilizando ônibus cooperativado que morar no Fragata (onde moro) e depender da instabilidade de humores das chuvas,dos medos de pessoas que exercem suas concessões de transporte como as relações familiares (sem carater profissional e sem observação das necessidades do usuário que atende)ora,é preciso lembrar que táxi é concessão pública e não bico onde a mamãe aloja o filhinho fracassado para ele ter um "bico", aliviando os gastos da família de origem, brincando de adulto incluído.Desde o início das aulas não quis solicitar regime especial de estudos por entender que o debate em aula enriquece a formação e me faz participar da vida política real da Universidade,mas estou vencida: Não há uma política de inclusão para além do regime especial que me daria o direito de exercer tarefas domiciliares que contem como frequência e avaliações. Reconheço minha incapacidade diante da Violência do não acesso pela falta de observação e abro mão do convívio com meus colegas, por não poder pagar, a não ser mensalmente,por não suportar as dores alguns dias. Abro mão e imploro: Concedam-me o regime especial,pois não suporto a inconstância dos acessos às ruas da minha cidade,decretem-me logo a prisão da invalidez absoluta que parece ser a única destinação para o pelotense que insiste em não morrer mesmo quando é o único que se espera dele. Insisto: mesmo com as impossibilidades que trago amo a vida entre meus iguais e desejo mais que qualquer coisa continuar meus estudos de filosofia, concedam-me o regime especial para que as exigências para o meu existir não sejam maiores que as minhas forças. Encaminho hoje este pedido ao meu colegiado e disponibilizo-me desde já às perícias correspondentes para esta concessão.De tudo que está ao meu alcance estou encaminhando.Porque direitos humanos respeitados incluem o direito à singularidade e à vida com todas as cicatrizes que carregamos na forma física e mental.

Um comentário:

  1. Putzzzzz... Estou chocada. Mesmo já sabendo como são as coisas e as pessoas, nunca deixo de me chocar com o resultado da omissão que é, normalmente, pior até que o da maldade.
    Sou solidária a ti, seja qual for a tua decisão.
    Beijo e carinho

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