sexta-feira, 4 de junho de 2010

A Postagem com o Texto do Frei Betto!

DE QUANTAS COISAS NÃO PRECISO PARA SER FELIZ?
 
    
Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do  Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão.  Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelos produz felicidade?'

Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: 'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'. Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...' 'Que tanta coisa?', perguntei. 'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!
Estamos construindo super-homens e super  mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente  infantilizados.
Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto?'. 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!' Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?
Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais...

A palavra hoje é 'entretenimento'; domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se  apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, vestir este  tênis,  usar esta camisa, comprar este carro,você chega lá!' O problema é  que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba  precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.        (***)

O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental  três requisitos são indispensáveis: amizades,  autoestima, ausência de estresse.
Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping-center. É curioso: a maioria dos shoppings-centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de  missa de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Deve-se passar cheque pré-datado, pagar a crédito,  entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo  hambúrguer do Mc Donald...
Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático.' Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:
"Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz !"
Frei Betto

Leitores atentos, trabalhos dobrados!Corrigindo um descuido grave!

Dia destes recebi  por email um texto do Frei Betto ( velho companheiro dos antigos tempos do antigo PT) que gostei muito e postei em todos os meus espaços pessoais: blogs,twitter,orkut...enfim, onde pude reproduzi-lo. O Betto é um educador por excelência, conversa com quem quer que seja e traz esta marca nos seus textos.Como a postagem começava com a foto mais veiculada do autor, entendi ser aquela a citação necessária. Mas tenho um leitor especial ( Meu Pai) que nunca perdeu atrenção em nenhum dos meus passos que me chamou atenção para o equívoco. Hoje refaço a postagem com a devida citação do autor. Agradeço a observação criteriosa do meu velho que sempre me exigiu o melhor que pudesse oferecer. Sei que de tudo que pude realizar na vida ele é responsável por uma grande parcela de meu melhor desempenho.Que pudéssemos todos contar e confiar nas críticas fraternas de nopssos iguais omo posso confiar nas do meu pai e da minha mãe.Vocês continuam sendo meus exemplos de vida e dignidade humanas. Obrigada por tudo, sempre!

sábado, 29 de maio de 2010

Uma conversa sobre o Tempo com meus filhos!Os dois:Tom e Anna.

Meu filhos amados, das palavras do Mário de Andrade faço as minhas e conto onde estou hoje:
O Valioso Tempo dos Maduros

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam
poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir
assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário-geral do coral.
'As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência,
minha alma tem pressa...
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana,
muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com
triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade,
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!

http://www.youtube.com/watch?v=OkrKwFjohjw


Meus filhos amados,
Hoje, com 37 anos, quero ter uma conversa com vocês sobre a vida e a morte no nosso tempo biológico. Aos 22 anos fui mãe do Tom, com todo o amor que lhe guardo até hoje, com muitas limitações e dificuldades, mas com um vínculo insuperável e muita certeza do amor que nos une para sempre.Uma gravidez conturbada, um nascimento turbulento, muitos sustos e um trabalho árduo para mantê-lo entre nós.Meu Deus,de onde mãe tira forças para suportar luta tão intensa? Mesmo nos momentos de incerteza sobre a vida ou a morte estivemos unidos. Há pouco há este estranhamento.Mesmo no tempo em que estive envolvida com o que não era essencial ( as reuniões, as campanhas, as afirmações externas do mundo do trabalho)sempre estive do seu lado.E agora, que guardo Anna no meu ventre e já tens 15 anos,moras longe e pouco nos vemos desejo profundamente que me perdoe o desperdício do seu tempo e do meu tempo de vida quando tudo que há de mais importante está em tê-lo, em amá-lo.Meu filho, aos 22 anos se tem muito para provar, muito para fazer, exigências a cumprir expectativas a responder. E eu já era tua mãe, tinha, naquele período muito mais obrigações que direitos. Sou de uma geração e de um meio que exigiu das mulheres a abstenção de qualquer sonho doméstico. Realizar era intervir no mundo, ganhar poder, dinheiro, status social. Dentro das minhas possibilidades realizei todo o possível destas esferas. Ao falhar a minha saúde estive amparada por este esforço e talvez isto proporcione à tua irmã e mesmo a ti, o direito de ter uma mãe dedicada ao essencial: ao tempo que teremos juntos( mesmo que agora o intua muito curto)ao cuidado materno do futuro de seus rebentos, ao amor cotidiano e familiar.Filho, confio no teu bom coração, na tua capacidade de amar e te fazer amar.Sei que vais amar tua irmãzinha como sei que me amas e quero que participes ao máximo da sua chegada e do resto da sua vida.Vocês e poucas linhas do meu pensamento são a obra de toda minha vida. Todo o meu amor, minha energia,inteligência se sintetizam em vocês. Já não tenho tempo para perder, restam poucas cerejas na minha bacia e talvez nem tenha a felicidade de dar à Anna a presença que te dei no início da vida. Talvez, se permanecer neste mundo depois do nascimento dela, possa te reencontrar como companhia diária e amorosa e possa oferecer a vocês dois juntos o tempo precioso de tudo que é essencial: o amor, a alegria de estar junto e crescer mutuamente. Meus amores,espero dos dois o perdão das dores que quem dá a vida proporciona e o amor que possam sentir por mim.Onde quer que eu esteja,estarei com vocês. O que quer que faça parte de meu presente ou futuro será dedicado sempre aos dois,meus pedacinhos de amor eternizados. O passado é imutável,o presente esgota-se rapidamente,o futuro é o único terreno onde se pode apostar, mesmo incerto é mais seguro se partirmos do aprendizado que já temos.Sejam felizes, cuidem-se bem,amem a vida, façam bem,cuidem do planeta e da humanidade. Sejam responsáveis. Muito mais pela alegria de fazer o que deve ser feito que para qualquer correspondência. Vivam a vida e deixem a vida viver! O mundo é abundante e vocês são amados para sempre e por todo o planeta. Abracem a luz do sol todos os dias, sintam a brisa da lagoa sempre que possam.Estou com vocês sempre no mais profundo do meu espírito. Amo vocês, filhos amados, e os quero sempre por perto.O mais que possa e o mais que seja bom para vocês!Um abraço apertado e um colinho carinhoso da mãe.

sábado, 22 de maio de 2010

VIVA SÓCRATES!

DE QUANTAS COISAS NÃO PRECISO PARA SER FELIZ?
 
    
Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do  Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão.  Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelos produz felicidade?'

Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: 'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'. Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...' 'Que tanta coisa?', perguntei. 'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!
Estamos construindo super-homens e super  mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente  infantilizados.
Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto?'. 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!' Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?
Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais...

A palavra hoje é 'entretenimento'; domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se  apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, vestir este  tênis,  usar esta camisa, comprar este carro,você chega lá!' O problema é  que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba  precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.        (***)

O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental  três requisitos são indispensáveis: amizades,  autoestima, ausência de estresse.
Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping-center. É curioso: a maioria dos shoppings-centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de  missa de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Deve-se passar cheque pré-datado, pagar a crédito,  entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo  hambúrguer do Mc Donald...
Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático.' Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:
"Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz !"

sexta-feira, 21 de maio de 2010

YouTube - SANTO DAIME -hino Esta força - cruzeirinho Mestre Irineu

YouTube - SANTO DAIME -hino Esta força - cruzeirinho Mestre Irineu

Relato Trabalho Santo Daime 28 de março de 2009. CEU Trilha de São Francisco Pelotas RS

Nesta concentração,durante a meditação silenciosa estendi minha atenção ao irmão Fred, que sentava à minha frente naquela ocasião.O vi como um negro muito forte e grande, como de fato o era o próprio Fred( embora fosse branco)preso ao chão por algemas grossas e correntes pesadas pelos pés e mãos.Puxava as mãos e os pés sem sucesso, contorcendo-se,expressando estes movimentos inclusive através do corpo físico do próprio Fred. Depois de muito esforço ele se libertou das correntes e ergueu-se como afirmação da sua liberdade. Em seguida sentou-se e foi-se transformando rapidamente em uma mulher negra que, terminada a transformação, sentou-se mais acomodada e de seu entrepernas vez por outra retirava um bebê e embalava carinhosamente chamando de filhinho ou filhinha. Ia os colocando um a um no chão ao seu redor. Eram todos diferentes entre si: brancos,pretos,pardos,nipônicos, gordos e magros, meninos e meninas,mas guardavamalgo entre si que denunciava a irmandade( ou grau de parentersco).Quando já contavam dezenas de bebês, um deles, o último, ela manteve no colo: este parecia um filho biológico do próprio Fred. Tinha suas características hispânicas e era gordinho. Neste momento ao alto e à sua direita apareceu Nsa Sra envolta em um azul brilhante e por sobre uma espécie de nuvem de rosas champagne. As crianças que estavam ao chão pareciam imantadas por aquela figura e passaram a circundar seus pés, junto às rosas. Enquanto o último bebê permanecia no colo da mãe negra que lhe acarinhava.À frente e à esquerda da mulher,não tão ao alto,mas acima dela,apareceu Mestre Irineu que se postava em evidente reverência à Nsa Sra, recebendo dela palavras que lhe mandava (e eu não consegui identificar). Ao mesmo tempo que a Soberana mandava palavras a ele, à ela mostrava cores e luzes. Neste interim eu observava de fora do quadro. Após a sessão, todos nos abraçamos, como de costume no CEU e Fred veio logo me agradecer a companhia no trabalho.Na ceia posterior todos comentavam da opção de pernoitar no local e eu, que havia casado há 2 dias, pedi que alguém me levasse p casa ainda naquela noite: pedido que Fred atendeu prontamente dizendo que mal podia esperar chegar em casa com os pais.No caminho íamos falando justamente da sua vontade de abraçar os pais e dizer que os amava pq agora sabia o que era ter um filho. Só não sabia qual seria a reação deles ao serem acordados de madrugada para estas declarações. Eu comentava com ele que seria uma grande alegria para mim um dia ser acordada pelo meu filho no meio da madrugada e ouvi-lo dizer que me ama. O encoragei a fazer o que planejava pq acreditava que eles se sensibilizariam com a intensidade de tudo que ele me contava. Disse ainda que o abraço do filho é insubstituível e tudo o que uma mãe espera é poder tê-lo completamente dedicado a um carinho destes,mesmo que às 4 da manhã, depois de uma sessão do Santo Daime. Rezei intimamente durante a nossa conversa para que eu e meu filho tivéssemos tempo para um evento como o que Fred me narrava e desejei não morrer antes que o Tom pudesse me dizer com aquela convicção que me ama. Senti sinceramente que seu abraço é insubstituível e o quis por perto.
Nas sessões subsequentes Fred estava presente sempre com a alegria que lhe era peculiar. E era no ambiente da CEU Trilha de São Francisco que nos víamos e compartilávamos os planos de fardamento na Santa Doutrina.
Fred faleceu dia 1º de julho, embora tenha providenciado o fardamento para a celebração de São Pedro, não alcançou a data com saúde para realizá-lo.Eu continuo ligada ao caminho que havíamos traçado no Santo Daime,embora impedida de estar fisicamente com a assiduidade merecida nas sessões regulares.